quarta-feira, 15 de setembro de 2010

4. RITOS FINAIS

Os ritos finais encerram a assembléia mas não encerram o envolvimento espiritual dos fiéis com a sua Igreja. Abençoados por Deus, eles partem com a missão de viver a fé cristã na prática diária.

Missa se encerra com a Bênção Final, um Canto Final e a exortação da Despedida.

Todos de pé, o celebrante ergue a mão e marca os fiéis com o sinal da cruz pedindo para eles a bênção do Pai, do Filho e do Espírito Santo – e a comunidade expressa sua alegria cantando uma vez mais.

Por fim, a assembléia é despedida.

Nas missas celebradas em latim, o celebrante diz “Ite missa est”, o que significa algo como “Essa é a missão (a ser cumprida)”. Nas missas em português, o celebrante conclui dizendo “Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe”, com o mesmo sentido de liberar a assembléia para cumprir a missão que recebeu de levar aos povos a palavra de Deus.

Os convidados à casa do Senhor saem de coração leve. Não vêem sua presença na Missa como o cumprimento de um dever - sentem-se felizes e distinguidos porque Deus lhes permitiu participar da Sua refeição.
A Missa oferece um enriquecimento do espírito cristão que os fiéis devem continuar vivendo em casa, no trabalho, no lazer.

Os fiéis levam para o seio de suas famílias a vivência da Missa e contribuem para a Missa celebrando a família, que é o alicerce da sua Igreja.

3. LITURGIA EUCARÍSTICA

Os fiéis, cheios de gratidão, oferecem a Deus o fruto
do seu trabalho, louvando o Senhor e bendizendo
Seu Filho, em cujo corpo serão transformados o pão
e o vinho oferecidos. Antes de receber a comunhão
em Cristo, os fiéis se cumprimentam reafirmando a
comunhão entre irmãos - e reafirmam sua adoração
a Deus rezando o Pai Nosso, a oração que
aprendemos da boca de Jesus.

A celebração eucarística se completa com a partilha
do pão e do vinho, a comunhão do sacerdote e o
recebimento da comunhão pelos fiéis.

A celebração eucarística é o supremo e mais belo ritual da Missa, reproduzindo com delicadeza o acontecimento central da Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia.

A Missa recorda este momento com o Ofertório, a Oração Eucarística e a Comunhão.
Os atos da Liturgia Eucarística são:

» Preparação das Oferendas
Jesus é a Vítima do Sacrifício que se vai realizar sobre o altar. Ali são preparados para o Sacrifício o pão e o vinho, que depois de consagrados se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus. Durante a preparação os fiéis permanecem sentados.

O celebrante vai para a frente do altar e recebe as ofertas trazidas em procissão. Pão e vinho e outras ofertas, frutos do trabalho do homem, são apresentados ao altar simbolizando o oferecimento que os fiéis fazem a Deus de suas vidas, cheios de gratidão por todas as graças recebidas. (Por isso esta parte da Missa também é conhecida como Ofertório.)

» Oração sobre as Oferendas
Entregues as oferendas, de novo de pé os fiéis atendem à convocação do celebrante (“Orai, irmãos e irmãs...”) e pedem a Deus que aceite o sacrifício que elas representam: “Receba o Senhor por tuas mãos (as mãos do celebrante) este sacrifício para glória do Seu nome...”

O acólito derrama um pouco de água sobre os dedos do celebrante enquanto este diz em voz baixa a oração do Lavabo: “Lavai-me, Senhor, da minha iniquidade e purificai-me do meu pecado”.
Em seguida, o celebrante toma as oferendas - pão e vinho - e as oferece a Deus (“Acolhei, ó Deus, as preces dos vossos fiéis...”).

» Oração Eucarística
Chegamos à Oração Eucarística, o ritual central da Missa. É o momento em que Deus vai atender a súplica dos fiéis e santificar as oferendas transformando o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus. O celebrante lembra que agora, mais do que nunca, o pensamento de todos deve estar voltado para o Senhor e por isso trava com os fiéis este diálogo:

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

- Corações ao alto.

- O nosso coração está em Deus.

- Demos graças ao Senhor, nosso Deus.

- É nosso dever e nossa salvação.

» Prefácio
O ritual prossegue com a recitação do Prefácio pelo celebrante. O Prefácio é um verdadeiro hino de ação de graças, um grito de alegria por havermos tido a suprema graça de receber Jesus, nosso Senhor e dom do Pai, que Se sacrificou para nos salvar.

Em nome da assembléia, o celebrante glorifica a Deus e Lhe rende graças por toda a obra da salvação (ou por um de seus aspectos, de acordo com o dia, a festa ou o tempo). De certa forma, o Prefácio anuncia o conteúdo da Oração Eucarística.

» Santo
Ao Prefácio segue-se a oração “Santo”, pela qual a assembléia proclama a santidade e grandeza de Deus. No início da oração, repetindo “Santo” três vezes os fiéis reconhecem a existência de Deus nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Agora estamos todos preparados para o momento da Consagração.

» Oração Eucarística
Os fiéis se ajoelham, o celebrante estende as mãos sobre o pão e o vinho e pede ao Espírito Santo que os transforme no Corpo e no Sangue de Jesus (“Santificai, pois, estas oferendas...”).

O momento da Consagração é descritivo da Última Ceia. O celebrante relembra e repete os mesmos gestos de Jesus, obedecendo à Sua ordem (“Fazei isto em memória de mim”).

Ergue a hóstia oferecendo-a à consagração. Em seguida ergue o cálice oferecendo o vinho igualmente à consagração.

Acontece a transubstanciação. Pão e vinho adquirem as propriedades do Corpo e do Sangue de Jesus.

A Eucaristia é o Sacramento da presença de Jesus ressuscitado. A assembléia, de pé, reconhece isso dizendo “Toda vez que comemos deste pão e bebemos deste cálice anunciamos, Senhor, a Vossa morte e proclamamos a Vossa ressurreição”.

O celebrante ainda ora pela Igreja Católica e pelas necessidades dela e termina esta parte, elevando o pão e o vinho num gesto de oferenda, com uma oração que resume todo o louvor da Oração Eucarística: "Por Cristo, com Cristo, em Cristo, toda honra e toda glória...".

» Ritos da Comunhão
» Pai Nosso
Os fiéis se preparam para receber a comunhão, ou seja, se preparam para receber o Corpo de Cristo e, com esse gesto, comungar, partilhar dos mesmos sentimentos de amor e entrega a Deus que Jesus teve quando Se sacrificou por nós. E não pode haver comunhão com Cristo sem haver antes a comunhão entre irmãos.

Todos rezam, então, o Pai Nosso. E rezam com Jesus, falando com Deus pela boca de Seu Filho. Através desta oração, os membros da grande família presente à celebração reconhecem novamente a Deus como Pai e suplicam a graça de poderem viver como verdadeiros filhos e amarem-se como verdadeiros irmãos em Cristo.

» Abraço da Paz
Paz é fruto da justiça. Paz é fruto da igualdade. Paz é tão necessária quanto o ar que respiramos. Quando quis dar aos Apóstolos o melhor de Si, Jesus lhes disse “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”.

O celebrante recorda esse momento e ora pedindo a Jesus que nos dê a mesma paz que Ele ofereceu aos Apóstolos. Os fiéis respondem “Amém”, e com isto fazem suas as palavras do celebrante.

Os fiéis, que disseram a Jesus que querem viver na Paz de Deus, demonstram esta disposição com o abraço da paz.

Eles se cumprimentam com um abraço ou um aperto de mão e um sorriso de cumplicidade e amizade. Afinal, estão todos à mesma mesa e vão tomar, juntos, a mesma Refeição. E só podem entrar em comunhão com Cristo e com Deus se estiverem em paz e em comunhão uns com os outros.
 
» Fração do Pão

Agora o celebrante se prepara para distribuir os alimentos consagrados. Parte a grande hóstia sobre a patena e coloca uma parte no cálice com vinho consagrado.

A fração do pão significa que todos os fiéis vão participar no mesmo Alimento e o gesto de colocar parte da hóstia no cálice simboliza a união do pão e do vinho consagrados: uma vez consagrados, o pão e o vinho formam uma unidade, o Corpo vivo de Cristo, e recordam o mistério da ressurreição.

» Agnus Dei
Antes de receber a comunhão, entretanto, os fiéis fazem ainda uma última confissão de humildade na oração do Agnus Dei (“Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo...”).

» Comunhão
O celebrante comunga o Corpo de Cristo. Depois comunga o Sangue de Cristo. Em seguida distribui aos fiéis a hóstia consagrada.

Em ocasiões especiais, ou em pequenas comunidades, a Comunhão pode ser feita sob as duas formas, isto é, o sacerdote mergulha a hóstia no vinho antes de oferecê-la ao comungante.

Este é o momento da grande comunhão dos fiéis com Deus, dos fiéis com Cristo, dos fiéis entre si. Os que comem do mesmo Pão passam a formar um só corpo com Cristo e devem ter a mesma disposição que Ele teve em fazer a vontade do Pai: fazer do mundo um reinado de justiça e paz como preparação para a vida eterna.

Ao receber a comunhão o fiel responde “Amém”, confirmando sua fé em Cristo presente na Eucaristia e confirmando que, em Cristo, recebe a todos em sua vida e se compromete a doar-se a seus irmãos.

Finda a comunhão, enquanto se faz a purificação do cálice e da patena, os fiéis permanecem sentados e o celebrante reza em silêncio. Após um momento de fundo recolhimento, pede a Deus em nome de todos que faça frutificar a eucaristia que os uniu, renovando humildemente o pedido de poder participar plenamente da vida cristã.
 

2. LITURGIA DA PALAVRA

A preparação espiritual dos fiéis para a Eucaristia,
que é o momento central da
Missa, é feita com a leitura e interpretação da
palavra de Deus, com uma reafirmação de fé cristã e
com uma oração ao Senhor pedindo para as
necessidades coletivas.
Durante as refeições as pessoas conversam, relatam acontecimentos. Toda conversa é sempre um enriquecimento espiritual, e na Missa também é assim. A Liturgia da Palavra é o alimento espiritual nesta ceia que a Missa reproduz. É a catequese, o ensinamento dos mistérios que são o fundamento da fé.

Na Missa os fiéis vão participar da Eucaristia, instituída por Jesus há 2.000 anos. Por isso, se a gente entender o que Jesus e os apóstolos pensavam naquele momento fica mais fácil entender os motivos que levaram Jesus ao sacrifício na cruz. É isso que as leituras procuram fazer.

Os atos da Liturgia da Palavra são:

» Primeira Leitura
Os fiéis sentam-se para ouvir primeiro a Palavra de Deus revelada pela Primeira Leitura, que é a leitura de um trecho do Antigo Testamento e que, nos dias de semana, pode ser também um trecho das Epístolas dos apóstolos ou do Apocalipse (No tempo Pascal a leitura é dos Atos dos Apóstolos). Esses escritos ajudam a compreender melhor a missão e os ensinamentos de Jesus, que o Novo Testamento nos apresenta.

Os fiéis declaram aceitar a Palavra que acabaram de ouvir dizendo em seguida o Salmo Responsorial.
 
» Salmo Responsorial

» Segunda Leitura
A Segunda Leitura é reservada para os domingos e dias festivos da Igreja. Esta leitura é feita das Epístolas ou dos Atos dos Apóstolos, ou do Apocalipse.

A Segunda Leitura procura ter sempre alguma relação com o texto da Primeira, tornando mais fácil compreender a mensagem apresentada.

» Aclamação ao Evangelho
Terminada a Segunda Leitura, os fiéis levantam-se para aclamar “Aleluia!”. Chegou um momento muito importante e de grande alegria: eles irão ouvir a Palavra de Deus transmitida por Jesus Cristo. É a leitura do Evangelho.

» Evangelho

O Evangelho é, de fato, o ponto alto da Liturgia da Palavra. Jesus está presente através da Sua Palavra, como vai estar presente também depois, no pão e no vinho consagrados.

 
» Homilia
Completou-se a leitura dos textos bíblicos (as Leituras e o Evangelho). O celebrante explica, então, com suas próprias palavras os fatos narrados nos textos.

Esta interpretação é a homilia, uma pregação pela qual ele traduz e aplica a Palavra de Deus aos nossos dias.
A homilia é obrigatória aos domingos e nas festas de preceito, e recomendável nos demais dias.

» Profissão de Fé
Depois de ouvir a Palavra de Deus, de novo de pé os fiéis fazem uma declaração pública de que acreditam nas verdades ensinadas por Jesus. Isto é, reafirmam que estão, todos, unidos pela mesma crença num só Deus, o Deus que lhes foi revelado por Jesus.

Essa declaração é o Credo: “Creio em Deus Pai...”

Os fiéis reafirmaram sua crença.

» Oração Universal
Então se dirigem em conjunto a Deus dizendo de seus anseios, necessidades e esperanças através da oração dos Fiéis ou oração Universal que o celebrante recita e onde, a cada pedido, os fiéis suplicam “Senhor, escutai a nossa prece!”.

É quando se pede pela Igreja, pelos que sofrem, pelas necessidades do país, pelas necessidades da comunidade onde se realiza a Missa etc.

1. RITOS INICIAIS

» Antífona da Entrada
» Saudação

Os fiéis se reúnem em nome da Santíssima Trindade,
confessam arrependimento pelas faltas cometidas,
louvam e pedem graças ao Senhor.
A assembléia se prepara para viver todos os atos da
Missa propriamente dita.

A primeira parte da Missa também é chamada “Missa dos Catecúmenos” (ou seja, Missa das pessoas que ainda estão sendo preparadas para receber o batismo).

Os Ritos Iniciais são uma introdução para a Missa que vai ser celebrada. O objetivo é fazer com que os fiéis se preparem para comungar idéias e sentimentos.

Aqui se inicia uma dupla comunhão: uma comunhão com Deus e uma comunhão com os demais membros da comunidade.

Os Ritos Iniciais são:

» Antífona da Entrada
Missa começa com a assembléia, de pé, saudando a chegada do celebrante e dos ministros com o Canto de Entrada, o primeiro dos três cânticos tradicionais na liturgia (os outros dois cânticos tradicionais são o Senhor e o Glória).

» Saudação
Chegando ao presbitério, o celebrante e os ministros saúdam o altar e todos fazem o sinal da cruz. É importante notar que a assembléia não se reúne em seu próprio nome, mas em nome da Santíssima Trindade. Fazer o sinal da cruz significa dizer “Nós nos reunimos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Depois da saudação, é usual o celebrante dizer algumas palavras sobre a Missa do dia.
» Ato Penitencial
Em seguida, o celebrante convida os fiéis a uma confissão geral e conclui com a absolvição. Aqui não se trata de uma confissão regular, mas apenas de uma forma de os fiéis tomarem consciência de sua condição de pecadores. Na medida em que a pessoa reconhece sua pequenez, sua condição de pecador, Deus pode vir-lhe ao encontro com Sua graça.
Este reconhecimento pode ser feito por uma oração (“eu pecador, me confesso...”) pela leitura de versículos bíblicos (“Tende compaixão de nós, Senhor”) ou por uma ladainha.

» Senhor
“Senhor”, a ladainha que vem em seguida, é o segundo cântico tradicional na liturgia. A designação “Senhor” é uma redução de “Senhor, tende piedade”, que em grego se diz Kyrie eleison. Por isso esta parte da Missa também é chamada de Kyrie.

Nesta ladainha “Senhor, tende piedade de nós”, os fiéis aclamam o Senhor e imploram Sua misericórdia.

» Glória
Nos domingos fora do Advento e da Quaresma, em solenidades, em festas e celebrações mais solenes os ritos iniciais incluem o Glória, hino cantado ou recitado por todos.

O Glória é uma espécie de salmo composto pela Igreja e representa um solene ato de louvor ao Pai e ao Filho.

» Oração do Dia
O celebrante diz “Oremos” e faz um minuto de silêncio para que todos sintam bem a presença de Deus e formulem interiormente seus pedidos.

O rito de entrada se encerra com a Oração do Dia, ou Coleta, que consiste numa súplica coletiva (daí o nome Coleta) a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo.

A Oração do Dia tem sempre três elementos: a invocação dirigida a Deus, um pedido que se faz e a finalidade do pedido.